segunda-feira, 18 de junho de 2012

Recife contra as arvores: a chaga continua





















Menos de uma semana depois de presenciar o oitizeiro mutilado pela prefeitura (ver link) na Av. Visconde de Suassuna, mais árvores são destruídas naquelas imediações  do centro da cidade. No último sábado à tarde, presenciei e fotografei essas imagens, na Rua Bispo Cardoso Ayres, na calçada do imóvel que faz esquina com a Rua do Príncipe. Segundo uma moradora e o porteiro de um prédio próximo ao local, teria sido mais uma vez, trabalho da prefeitura.



















Inicialmente me deparei com uma poda bizarra (fotos acima) de uma "Senna siamea", árvore conhecida como acácia e muito comumente usada em arborização de cidades. É uma espécie que tem como características o crescimento muito rápido e flores amarelas que florescem durante o ano inteiro.

































Logo em seguida, bem próximas e na mesma calcada da Igreja Evangélica Pernambucana,
mais dois exemplares da mesma espécie, desta vez, completamente cortadas. Três arvores ainda jovens, em estado de desenvolvimento, com aparência saudável e já proporcionando sombra ao local, num trecho da rua bastante desprovido de arborização.
Um detalhe que chamou atenção foi que, acima das duas árvores decepadas não existe fiação elétrica, o permitiria que ambas crescecem sem necessidade de podas rigorosas, que dirá, erradicação completa.

























Liguei para a Brigada Ambiental  [ 3355 4602 ] no sábado e solicitei que eles fizessem uma vistoria no local para saber se os cortes tinham mesmo sido feitos pela prefeitura, como declararam alguns  moradores e se havia autorização. A pessoa que atendeu perguntou se os cortes tinham sido feitos com motossera,  o que daria uma pista de o trabalho ter realmente sido feito pelo órgão municipal responsável por esse setor. Ficaram de fazer uma visita no domingo pela manhã, mas pelas fotos não parece haver dúvidas de que foi usada tal ferramenta.
Liguei novamente na segunda pela manhã, por volta do meio-dia. O que sobrou das árvores ainda estava lá na calçada, quase dois dias depois. Um outro funcionário me garantiu que enviariam uma equipe em seguida.






















Pelas fotos parece não haver dúvidas 
sobre o uso da motossera, a fermenta mais usada 
pelos funcionários da prefeitura no lidar com
as nossas árvores.



























Jogados ao chão da calçada, galhos e folhas demonstram que, além de não ter o devido cuidado com as nossas árvores o pessoal da prefeitura, ou seja lá quem fez isso, não tem o menor respeito pelos moradores, trabalhadores e cidadãos em geral que por alí transitam. 

















































Até perto do meio dia da quarta-feira,
ou seja, quatro dias depois dos cortes, 
os galhos permaneciam na calcada.



Por fim, a pergunta que fica: teria sido o corte encomendado pela igreja? Sim, porque tem sido comum ultimamente, a prefeitura autorizar e fazer o corte de árvores a pedido de empresas, como aconteceu  com o novo hospital da UNIMED e um com escritório de advocacia, ambos já comentados aqui no blog (veja aqui e aqui). No caso do hospital, trocaram as três antigas e frondosas castanholas por algumas árvores de pequeno porte (patas de vaca), de efeito meramente paisagístico, comparadas com as anteriores. Já no caso do escritório de  advocacia, nem sombra de uma nova árvore por lá.




























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