segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Clonagem de Ipês gera polêmica.





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do Jornal
do Commercio








Recentemente essa matéria publicada no Jornal do Commercio
(Recife/PE), chamou atenção pela divulgação de uma técnica
desenvolvida por profissionais do Centro de Tecnologias
Estratégicas do NE (Cetene), onde biólogos fazem uma espécie
de clonagem para reproduzir em larga escala uma determinada
espécie arbórea em laboratório.

A matéria causou polêmica quando divulgada por mim em alguns grupos de discussão sobre árvores, grupos onde participam desde estudantes até professores e especialistas de diversas áreas, como engenheiros florestais, agrônomos, biólogos,etc.

Na verdade a polêmica foi em dose dupla.

A primeira crítica foi em relação a criação de fragmentos de florestas
"homogêneas", sem diversidade genética.
Os especialistas chamam atenção para a importância de se ter várias espécies diferentes num reflorestamento, e que até as da mesma espécie sejam geneticamente diferentes.
Segundo Isabelle Meunier, engenheira florestal e professora da UFRPE, isso não se trata de uma opinião pessoal, mas sim de uma verdade científica conhecida em projetos de restauração de florestas.

A outra crítica foi com relação a espécie escolhida para a clonagem e posterior replantio. Ainda segundo o jornal, a espécie seria "rara" e "nativa de mata atlântica". No entanto, a espécie que foi divulgada na matéria (Tabebuia pentaphylla), na verdade é um Ipê Rosa proveniente da América Central, sendo portanto, uma espécie "exótica", que é muito utilizada em paisagismo de ruas e praças urbanas, pela sua beleza e capacidade de crescimento rápido (fonte: site Árvores do Brasil).


O que a primeira vista poderia causar uma boa impressão ou mesmo
massagear o ego dos pernambucanos por mais uma conquista ciêntífica,
na verdade acaba por ajudar a despertar um olhar mais crítico sobre
a necessidade de se encontrar uma maior adequação entre os avanços
tecnológicos e a funcionalidade/racionalidade no uso final dos mesmos.




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