segunda-feira, 27 de abril de 2009

Poda publicitária





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na imagem
para
ampliá-la.









Essa pobre árvore recebeu uma drástica
poda para dar visibilidade a dois outdoors.
Não posso afirmar se foi feita pelo proprietário
do terreno (colégio Panorama) , que deve
alugar o espaço para a empresa de outdoor
(Bandeirantes), mas a probabilidade é grande.

Não acredito, ou melhor, me recuso a acreditar
que a prefeitura faça essas podas publicitárias,
que, infelizmente, não é raro acontecer em nossa
cidade. Acho que deveria ser dado prioridade
às nossas árvores, que são poucas e muito mais
importantes à população e não poluem visualmente
a cidade. Se a árvore está obstruindo a visibilidade
de um outdoor, então, que se coloque o outdoor
em outro lugar. É mais sensato.


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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Dendrofobia e aquecimento urbano




Não se
assuste,
é apenas
a sombra
de uma
árvore
em um muro.






Texto de Isabelle Meunier*

Em pleno mês de abril, início das chuvas, Recife ferve a mais de 30ºC. Se esse calor já é efeito das mudanças climáticas globais, não sabemos. Mas é certo que a nossa dendrofobia tem contribuído, e muito, para vivermos em uma cidade de clima escaldante. Do grego dendron (árvore), essa doença social alastra-se rapidamente e tem efeitos colaterais de vastadores. A dendrofobia pode ser observada com freqüência cada vez maior, nos mais diferentes ambientes, mesmo naqueles onde se espera que a cultura e a educação espantem certos medos ancestrais. Algumas pessoas, mais irreverentes do que esta autora , desconfiam que, na verdade, os humanos temem as árvores por lembrar a “floresta ancestral”, aquela que abrigava nossos ascendentes simiescos. Temem esquecer a postura ereta e voltar a macaquear nos convidativos galhos das árvores!

Exemplos dendrofóbicos não faltam, infelizmente: o Colégio Marista São Luiz, detentor de uma área verde importante no outrora agradável e arborizado bair ro das Graças, por motivos ignorados, vem cortando suas grandes árvores frontais, deixando um cenário de desolação onde antes havia sombra acolhedora. E não está só na iniciativa: segue o triste exemplo da Academia Pernambucana de Letras. Aliás, a reforma do jardim do belo solar da APL denuncia os rumos perigosos escolhemos para nossa cidade: uma placa anuncia que uma empresa de construção civil é a responsável pela reforma dos jardins , um engenheiro civil apresenta-se com seu responsável técnico e alguns montes de lajotas e blocos de cimento indicam qual a matéria-prima do “jardim”.

Há poucos dias, um enorme caminhão saiu da APL carregando toras do que antes eram frondosas mangueiras, imponentes castanholas , belos cajueiros e perfumadas aroeiras. Afinal, um jardim que é executado por uma empresa de construção, - um jardim de pedra e cal - não precisa de árvores, aliás, não tolera árvores e apenas permite estreitas e envergonhadas faixas de gramas e de plantinhas ornamentais de canteiro e forração.
A menos que tenha havido algum movimento revisionista na língua portuguesa, jardins e parques devem ser locais onde imperam os elementos naturais, não necessariamente “disciplinados” (disciplinar as árvores foi o argumento do presidente da APL , na imprensa, para autorizar as mutilações impostas às árvores...). Locais de solo não impermeabilizados,
oportunidade de estar em contato com a natureza, mesmo que em fragmentos restritos e com elementos artificiais, os jardins e parques urbanos são elementos necessários à própria urbanização e à convivência civilizada e saudável nas cidades. Isso sem falar no embelezamento que trazem, com diferentes cores e formas de vida, na tão necessária amenização climática e na redução dos gastos com energia (já que, inexoravelmente, em uma cidade sem árvores e sem sombra, os condicionadores de ar são acionados por aqueles que podem adquiri-los e sustentá-los..)

Mas, apesar de tantos serviços ambientais, paisagísticos e socioculturais, u ma fobia coletiva e inexplicável ameaça esses espaços. Hoje, evitam-se árvores porque elas são grandes. Vivemos em prédios de 40 andares, confiando cegamente nos cálculos estruturais que foram feitos para sustentá-los, mas tememos árvores altas, pois elas “ podem cair” (!). Diante de um
telhado sujo ou de uma calha entupida, a solução não é mais, como antes, limpá-los – mas cortar todas as árvores que contribuíram com suas folhas para essa situação. A boa e velha vassoura foi substituída pela motosserra porque, afinal, revestimentos cerâmicos e pisos intertravados não devem ser maculados pela folhas e flores de árvores. Vivemos em uma sociedade que não encontrou uma solução segura e eficiente para os resíduos que gera , mas que não tolera folhas no chão (embora tole re a presença de crianças intoxicadas por cola nos sinais de trânsito!). Somos prisioneiros da violência urbana (humana, antes de tudo), e nos vingamos nas árvores, responsabilizando -as pelos nossos temores (árvores abrigam ladrões, na opinião de uma moradora de Boa Viagem, ao solicitar a remoção de uma castanhola da sua calçada!). Projetamos espaços nos quais a maior atração é o concreto, revestindo o solo e erguendo estranhas formas que agridem o bom gosto e a paisagem, por trás das quais poucas árvores se esgueiram, e chamamos isso de “parque”.

Se eu fosse médica, tentaria a celebridade caracterizando essa doença que se agrava de forma fatal.Como cidadã, espero que algum um psiquiatra social se debruce sobre a dendrofobia e busque entender suas razões e, urgentemente, encontre uma cura. Pois sem isso, nossa vida em um grande centro urbano, sem árvores, sem jardins e sem parques, será algo realmente infernal.


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* Isabelle Meunier é engenheira florestal
e professora da UFRPE




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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Olhe por elas, agora e sempre!








































Uma grande idéia.
A prefeitura de Natal, capital do nosso estado vizinho
Rio Grande do Norte, encomendou essa campanha à agência
RAF Comunicação.
Tomei conhecimento por indicação do colega Thiago Oliveira
que me enviou o link deste blog (clique aqui).
Uma intervenção urbana de grande proporção, tratando
do assunto com inteligência e bom humor. Acho que tem tudo
pra cair na boca do povo e, quem sabe ajudar a mudar (maus) hábitos
de cidadãos que normalmente tratam mal ou, na melhor das
hipóteses, ignoram a importância das árvores na vida dos habitantes
dos centros urbanos.

Bem que Recife podia seguir o exemplo e tomar uma atitude
(ou várias). Tá mais que na hora da nossa prefeitura mudar a imagem
de administração que não liga muito para o meio ambiente
e para as nossas árvores.


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Curiosidade:
O trabalho do artista Filthy Luker e suas intervenções urbanas
certamente serviu de inspiração
para a campanha na prefeitura
de Natal. Clique aqui e conheça um pouco do trabalho dele.



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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Momento artístico #7










Ilustração digital,
(photoshop c/ tablet).
Bernardo Bulcão
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2007.








Não é raro elas servirem
de inspiração para artistas.




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Momento artístico #6







Tinta acrílica
sobre papel.
Raquel Temporal.
2008.












Não é raro elas servirem
de inspiração para artistas.

Conheça mais do trabalho
da Raquel, clicando aqui.



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Momento artístico #5








Pastel óleo
sobre papel.
Daniel Dobbin.
1987.










Não é raro elas servirem
de inspiração para artistas.



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Momento artístico #4








Caneta sobre
papel vegetal.
Marina Guerra.
Março 2009.










Não é raro elas servirem
de inspiração para artistas.




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