Após a denuncia sobre um possível crime
ambiental relatado ontem aqui neste blog
(clique aqui para ver a denúncia), o jornal Aqui PE publicou hoje esta matéria.
Clique na imagem para ampliá-la e ler a matéria do Aqui PE.
Alguns pontos abordados na matéria
merecem reflexão, especialmente no tocante as explicações de um dos
responsáveis pelo corte das raízes das árvores.
Um dos sócios do escritório alegou que o
"corte foi feito pelos pedreiros para adequar a calçada ao projeto
apresentado na prefeitura". E continuou: "em alguns pontos já não
havia mais calçada porque as raízes estão expostas e agora estamos
reconstruindo para adequar as regras de acessibilidade, inclusive de pessoas
com deficiência".
A julgar pela primeira declaração, pode-se interpretar que, em um projeto arquitetônico apresentado à prefeitura, não se consideram as árvores (que talvez sejam as mais antigas moradoras daquela região) e os benefícios que elas trazem a população. Então, vejamos, quem não considera a importância das árvores no projeto urbanístico, a própria prefeitura, o novo usuário do terreno onde está se construindo um imóvel, ou ambos? Isso é correto? E mais: desde quando pedreiro pode fazer corte em ÁRVORES PÚBLICAS? Qual o conhecimento técnico que os profissionais da construção civil tem sobre botânica?
Sobre adequar a calçada às "novas
regras" de acessibilidade, citado pelo sócio do escritório, a intenção é
das melhores, mas não se poderia prever no projeto arquitetônico um pequeno
recuo, por onde pudessem passar as pessoas sem mutilar e consequentemente
trazer problemas as árvores?
Não estaria faltando uma política
ambiental mais justa, que busque um melhor equilíbrio entre o crescimento
econômico e geração de empregos e renda, caminhando em harmonia e com respeito
ao meio ambiente?
Outro ponto intrigante na matéria do
jornal é quando o responsável pelo escritório fala que a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana
(Emlurb) esteve no local APÓS a denúncia e teria constatado que pelo menos uma
das árvores deverá ser derrubada porque está condenada pela ação dos
cupins. E acrescentou: Não recebi notificação por que eles viram
que não tivemos intenção de praticar crime ambiental.
A EMLURB não deveria ter estado no local
ANTES da denúncia? Ou melhor, a Emlurb não deveria ter sido chamada e consultada
previamente pelos responsáveis pela obra sobre como proceder num caso como
esse? E sobre a Emlurb não achar que eles tiveram intenção de praticar crime
ambiental? Quem cometeu o corte pode até te-lo feito por desconhecimento da
legislação, mas o órgão responsável pela fiscalização e manutenção das árvores
urbanas tem a obrigação de saber.
Por fim, a melhor notícia da matéria é a
de que "a Secretaria do Meio Ambiente notificará o responsável pelo corte
e que o auto de infração será julgado e de acordo com os danos que forem
encontrados o infrator será multado".
Denúncias à Secretaria do Meio Ambiente
podem ser feitas pelos telefones:
3355 5814
ou 3355 5815
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7 comentários:
Parabéns por seu posicionamento e por ter feito a denúncia rapidamente. Infelizmente às vezes as denúncias para os meios de comunicação são mais eficientes que para os órgãos competentes.
O mais legal disso tudo é ver que existem ferramentas públicas de defesa do cidadão e seus direitos... o problema é que nem todo mundo sabe usar, como foi este caso do Plante Árvores que foi atrás do direitos do coletivo.
Parabéns pelo ativismo!
Obrigado pelo apoio amigos! Gostaria que esse gesto pudesse influenciar mais pessoas a tomar iniciativas assim. Qto mais cidadãos/as cuidando do coletivo, melhor! :)
na resposta que veio no email estão sugerindo que vão te processar, né?
Oi Sílvio! É, alguém já me disse que também tinha interpretado essa 'sugestão'. Eu vou ler o texto com calma, em casa.
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andré
como eu lhe falei, tem de ler a lei e como os advogados interpretam. vc tem o direito de se pronunciar, denunciar, mas não-tem o direito de julgar, pre-julgar, denegrir, ou qualquer encaminhamento que não macule a lei. existem precedentes (jurisdição) na área. continue seu trabalho mas deve saber que infelizmente vc começa a tocar em áreas ***dinamitosas***. afinal vivemos numa democracia, à brasileira, mas é democracia.
[a]
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