quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O invasor é exótico





















No domingo 14-11-2010, foi publicada uma matéria no
Jornal do Commercio de Pernambuco, com o seguinte título:
Reserva de Caetés Livre de Árvores Invasoras
(clique imagem acima, para ler a matéria original, ou aqui, para ler no blog da repórter Verônica Falcão),
sobre o corte de Jaqueiras, Carolinas, Sombreiros e outras árvores exóticas daquela reserva natural.


Mas o que são árvores invasoras?
Invasor é o adjetivo usado por especialistas para definir espécies exóticas que conseguem se propagar de forma autônoma (sem a ajuda do homem) e sem controle, em matas nativas, concorrendo em ocupação de espaço com as espécies originárias daquele bioma.


Certo, mas o que são árvores exóticas?
Qualquer planta que não é natural (originária) de uma determinada região, é considerada exótica. As que são naturais de uma região, são conhecidas como nativas.


Podemos ter exóticas originárias de diferentes países, como a Mangueira, Jambeiro e a Jaqueira (todas da Ásia) e a Tamarineira (da África). Também existem plantas exóticas originárias de um mesmo país, sendo nativas de regiões específicas. Por exemplo, o Sombreiro e o Abricó de Macaco, são espécies originárias de matas do Amazonas, sendo portanto, considerados espécies exóticas em relação à outras regiões do Brasil.


E como as plantas exóticas passaram a ocupar espaços
em diferentes
países/regiões?
Na grande maioria das vezes, com uma ajudinha do "vizinho" mais inteligente do planeta: o ser humano.
Por razões as mais diversas, tais como: curiosidade, estudo científico, por motivos econômicos, afetivos, fitoterápicos, paisagísticos e etc, pessoas transportam plantas na forma de mudas e/ou sementes, de um lugar à outro, há muito tempo, a ponto de em aguns lugares, moradores confundirem espécies exóticas com nativas (é o caso das pessoas que acham que
jambo
e tamarindo são do Nordeste do Brasil, por exemplo).


Certo, agora que eu já sei que exótico não é só o cara esquisito que mora na minha rua, e que invasor não são só os extra-terrestres do filme de ficção, qual a importância de se derrubar as árvores "invasoras" em reservas florestais como a de Caetés, em Pernambuco ou as da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro? Para os especialistas que defendem a técnica, é uma forma de se manter e propagar as espécies nativas, em detrimento das que não são originárias da região, preservando assim, as características daquele ecosistema, incluindo-se aí, os animais nativos e demais seres vivos que sobrevivem direta ou indiretamente do ambiente formado pela vegetação original (nativa).


Mas como em quase tudo nesse mundo, há controvérsias...
Existem especialistas (eng. Agrônomos, eng. Florestais, ambientalistas, etc) que não compartilham com essa idéia de simplesmente chegar e "remover" as ávores exóticas. Para essas pessoas, trata-se de uma saída mais fácil. Podia-se pensar e investir em outras coisas, como pesquisas acerca do impacto ambiental provocado pelas invasoras, suas relações com os agentes dispersores, etc. Enfim, papo de especialista.
A verdade é que a matéria do Jornal do Commercio só mostrou o lado de quem está por tráz desse projeto, que tem financiamento de R$ 60 mil (pouco se pensarmos que os governos municipais chegam a gastar com eventos culturais como carnaval, ou financiamentos de projetos de artistas...).



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